quarta-feira, 13 de julho de 2011

Contas públicas

Após a visualização do vídeo da Dividocracia reeitero aquilo que escrevi aqui. Temos o direito de saber com o que contamos. A noção de dívida odiosa ou ilegítima deverá ser algo que nós, o povo, não poderemos colocar de parte. Estou farto de dar dinheiro dos meus impostos sem ser beneficiado de acordo. Tenho certeza que muitos me acompanham neste sentimento.
A justiça não é para todos. As custas de qualquer processo são proibitivas para a maioria das pessoas. Coisa incompreensível num país que se diz democrático. O próprio conceito de custas na justiça já é paradigmático. Se temos um estado democrático, se a justiça deveria ser o seu pilar, como se poderá justificar um acesso NÃO universal? Não faz sentido. Outra realidade que não faz sentido na justiça é que quem tem mais poder económico terá uma justiça melhor. Melhor? Não. Tendenciosa... Pode pagar advogados mais competentes que conseguem fugir por entre os pingos da chuva. No caso da legislação portuguesa, de acordo com a própria magistratura, o enrodilhado de leis é de tal forma grande que existem buracos do tamanho da Lua. E são cuspidas leis a uma velocidade estonteante que impedem quem tem que ministrar a justiça de estar sempre actualizado sem perda de tempo.
A burocracia existe para se controlar dinheiro. Mas tornou-se de tal modo complexa que são precisos verdadeiros detectives para se efectuar esse controlo. E custa dinheiro. Nunca consegui entender certos custos da burocracia. Somos obrigados a ter um documento de identificação. E depois cobram-nos? E quem vive na pobreza? Também paga? Não sei a resposta, felizmente. Até tremo saber...
Dizem que houve verdadeiras evoluções na saúde em Portugal. Uma boa notícia, essas estatísticas. Mas... quarenta por cento das prescrições são falsas? Quarenta?? Andamos a dormir?? Ah. Sim, andamos... Unidose... parece uma piada... Genéricos... tem evoluído, mas ainda devagarinho... muito devagarinho para não chocar as farmacêuticas... Pergunto-me, às vezes, se o estado patrocinasse a investigação, se não seria mais barato. Ficariam com a patente que poderiam vender a outros países e em vez de pagarem valores verdadeiramente astronómicos de comparticipação de medicamentos, criariam verdadeiros laboratórios de investigação. Isso, sim, uma verdadeira inovação tecnológica.
Neste país fraudulento, pertencente a um mundo fraudulento, de interesses de alguns que sobrepõe-se aos interesses de muitos, haverá algo a fazer? Talvez os gregos nos mostrem como...

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