quarta-feira, 20 de julho de 2011

Esperança de vida!

Ainda na senda da saúde, há um factor que merece uma atenção especial. Não dos políticos nem da comunicação social, é claro. Do resto da população, apenas. Estudos feitos sobre a esperança de vida em países que foram "ajudados" pelo FMI, mostram que a esperança de vida decresce entre cinco a dez anos. Uma das causas que avançam é o stress. Essa palavra estrangeira que adaptámos ao nosso léxico de uma forma absoluta. Até os mais incultos sabem o que quer dizer.

O que pode nos tirar anos de vida? Austeridade. Austeridade porquê? Porque somos idiotas. Damos a meia dúzia de pessoas o poder de decidirem sobre o nosso futuro e eles criam o nosso stress. E encolhemos os ombros e dizemos - não há nada que se possa fazer. Os gregos (os anarquistas, dizem os entendidos jornalistas) manifestam-se. Levam umas pauladas. Mas continuam a manifestar-se. E nós? Que fazemos nós? Temos medo das pauladas. Ou, pior ainda, temos medo de colocar a cabeça de fora do rebanho, não vá acontecer olharem para nós.

Eu já questionei várias pessoas sobre aquilo que acho errado nesta sociedade. Para meu espanto, muitos até concordam comigo. Mas todos dizem o mesmo - é uma utopia. Eu sei que não é. Mas quando o horizonte temporal poderá ser longo, quando a luta poderá ser árdua, quando se terá de abdicar de certos conceitos instituídos, quando se terá de trabalhar por um bem geral e não só individual, quando o medo do desconhecido é grande, todos referem esse termo. Algo inalcançável. Assim se justifica o comodismo.

Utópico.

Temos de mudar muita coisa? Sim.

Ter como objectivo uma sociedade não egoísta não é mau. É difícil? Não. No fundo não é. Se eu colocar à disposição de todos os recursos do planeta, acabar com a fome, tornar o mundo um local verde (não me refiro ao Sporting) e co-habitado com o restante reino animal, o egoísmo diminuirá. Se eu retirar o conceito de propriedade da sociedade, acabam-se as lutas pela posse. Se eu retirar o dinheiro, acabam 95% dos crimes.

Se tudo isto acontecer, desaparecem a maioria das injustiças.

Se eu disser que podemos trabalhar apenas dez anos e depois reformar-nos, é mau? Talvez até menos. Não fiz as contas.  Sem dinheiro, a burocracia desaparece quase por completo. Calcula-se que 80% do trabalho é no sector dos serviços, no mundo ocidental. Calcula-se, também, que 50% do trabalho é burocrático.

Quase todos vimos as máquinas que substituem as pessoas. O quiosque de check-in no aeroporto, a máquina de chocolates ou tabaco. A automação chegou a tal ponto evolutivo que, no processo produtivo, as pessoas deixaram de ser necessárias. Uma imagem antiga, do pessoal da aviação, é aquela do piloto e do cão no cockpit - o cão para o impedir o piloto de mexer e o piloto alimentar o cão. É uma realidade. Um avião pode ser controlado sem necessidade de pilotos. Perguntem aos militares americanos! Os comboios, em muitos países, não têm maquinistas. Ou têm, mas não precisam. O "maquinista" é quem verifica os bilhetes dos passageiros. As portagens já são "automáticas". Os empregos são cada vez menos.

"Quem quer viver num mundo onde não seja necessário trabalhar?" - perguntei a várias pessoas.
"E o que fazemos, então??" - responde a maioria.
"O mesmo que irão fazer quando se reformarem!"
"Pois..."

Temos tão pouca imaginação que a maioria sente-se culpada por querer viver sem trabalhar. Fomos inculcados com um sentimento de culpa atroz, vil. Trabalho é algo que custa. Se não custar, é porque não é trabalho. Se eu quiser tratar do meu jardim, não estou a trabalhar. Estou a entreter-me. Se estiver a ler, não estou a trabalhar. Se eu estiver a viajar, não estou a trabalhar. Se tirar fotografias. Se estiver a tomar conta dos meus pais ou avós. Se educar os meus filhos (passamos a ter tempo para o fazer!). Se gostar de fazer investigação. Eu queria ser electricista, entre outras coisas, quando era miúdo. Adoro quando familiares me pedem para arranjar qualquer coisa - desde mobiliário a torneiras! E até tenho jeito! Trabalho? Se tiver que o fazer todos os dias...

Termos tempo para meditar é mau? Termos tempo para fazer exercício físico é mau? Termos tempo para conversarmos e estar com amigos e família é mau? Estarmos na praia e apanhar sol é mau? Podia continuar esta lista por dias, semanas, e não a terminaria.

Um mundo em que fazemos o que queremos e não passamos fome... é mau?

Beleza e imagem

A condenação da obsessão pela imagem é geral. Mas de uma forma hipócrita. Tudo o que fazemos e encorajamos prova essa hipocrisia. O culto da imagem entra-nos pelos olhos diariamente, através da publicidade, concursos, séries e filmes. E jornalismo.

Se pensarmos que a mulher bonita, nos tempos de Ruben, era a mulher chubby, voluptuosa (assim as chamavam!), de curvas acentuadas, chegamos a uma conclusão: ao longo dos tempos existiu uma moda no que toca ao conceito de beleza.

Como animais, possuidores dos nossos instintos, a beleza é um critério importante. Mas... será que as características da beleza actuais (e anteriores) terão um critério de selecção da espécie? A resposta óbvia será que não. A não ser que a anorexia seja exemplo de saúde...

Somos confrontados, nos dias que correm, pela preocupação da obesidade. Há quem se preocupe com os quilitos a mais para caber dentro das calças. Mas também há uma crescente preocupação com a saúde. A razão também será óbvia. Queremos ter uma vida com qualidade, tanto nos anos de juventude física, como nos anos subsequentes. Mas basta olharmos ao nosso redor para verificar que os jovens, recentemente educados, têm um culto pela imagem que supera de longe a preocupação pela sua saúde. Estatísticas nos EUA concluem que cinquenta por cento das jovens entre os treze e os quinze anos consideram-se com peso a mais. Quarenta a sessenta por cento de raparigas de liceu fazem dietas. Oitenta por cento de raparigas até aos treze anos já fizeram uma dieta. Mas mais chocante ainda, quarenta por cento das raparigas até aos nove anos já fizeram uma dieta! A terceira maior doença crónica na adolescência é a anorexia. As estatísticas provam que apenas dez por cento das pessoas com distúrbios alimentares recebem tratamento. Provam também que vinte por cento das pessoas anoréxicas que não receberem tratamento irão morrer.

Não obstante o crescente número de programas de sobre saúde, alimentação, nutrição, etc., não se consegue combater o problema: o culto da imagem.

Quem é mais bonito terá mais amigos? Será menos ostracizado, sem dúvida, mas serão os seus amigos verdadeiros?
Quem é mais bonito será mais competente? Concerteza que não, mas em iguais circunstâncias de competência será preferido...
No mundo do entretenimento e do espectáculo, quem for mais bonito terá mais sucesso. Incontestável.

O ser humano é um animal social. Necessita ser aceite. E a beleza é um padrão errado. Falo, como é óbvio, da beleza exterior.

É esta a sociedade que queremos?

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Vivem neste mundo?

"Nós não temos que nos amargurar. Temos é que trabalhar."
Engº Manuel Ferreira de Oliveira
in Negócios da Semana

A primeira pergunta que me explodiu no cérebro, quando ouvia este CEO da Galp Energia no programa Negócios da Semana, foi se este senhor conhece a realidade do país. Aliás, se conhece a realidade do mundo.

Se por um lado concordo com a primeira parte da afirmação, por outro fico completamente estupefacto com a segunda. Há muitos empresários que afirmam terem vagas disponíveis nas suas empresas que ninguém quer. Será que alguma vez se perguntaram porquê? Será que o salário oferecido é compatível com o trabalho proposto? Será que as horas extras que obrigam as pessoas a fazer sem compensação, terá alguma coisa a ver? Durante muitos anos, andámos a brincar com a frase - "procuras emprego ou um trabalho?". Hoje em dia, mediante uma sociedade que se está completamente borrifando, a frase, desta vez sem piadas, deveria ser - "Prefiro ficar em casa do que pagar para trabalhar!".

Há uns tempos atrás, recebi um mail sobre uma resposta de um jovem licenciado a uma proposta de trabalho. Não me lembro dos pormenores. Mas lembro-me da ideia. A proposta de trabalho queria jovens até aos trinta anos, licenciados em informática, com o domínio de cerca de cinco ou seis diferentes linguagens de programação, o domínio de cerca de dez programs de software, o domínio da língua inglesa e outra que não me recordo, oferecendo a enorme quantia de... seiscentos euros - €600,00!!!!

Para além de não encontrarem ninguém que preenchesse os requisitos (disso tenho a certeza), duvido que, caso houvesse, se submeteria a esse estrondoso montante. Este é um exemplo extremo, eu sei. Mas não é tão afastado da realidade quanto se possa pensar. Quem anda no mercado de emprego já terá encontrado situações semelhantes. Desde empresas que, ilegalmente, contratam pessoas a recibos verdes (o estado português inclusive), a empresas que obrigam as pessoas a pagar para trabalhar, o mercado está cheio. Ofertas não faltam.

Como nós portugueses somos diferentes dos gregos, somos passivos, medrosos, não conseguimos mudar a realidade. Imaginem se todos os "contratados" a recibos verdes fizessem uma queixa! O mais ridículo ainda, é que ouvimos os políticos a falarem sobre esta situação, os sindicatos a falarem sobre isto, e nada se faz. Os partidos de direita querem liberalizar o despedimento. Os partidos de esquerda não. Os empresários e os organismos públicos aproveitam-se. Poderão dizer que a culpa é do português que trabalha muito até entrar para os quadros e, depois, parece atingido pela picada da mosca Tsé-Tsé. Ou várias... Eu acuso as chefias que não sabem motivar. Não sabem chefiar. São incompetentes.

Nunca trabalhei na função pública. Tenho consciência da competência de muitos. Mas quando um sistema de avaliação tem limites, isto é, não se podem ter mais do que um x número de boas qualificações, como é que se pode levar a sério? "Se não fosse assim, todos teriam nota máxima" - dizem alguns. O problema será do sistema de avaliação ou de quem o implementa?

Mentalidades. Resume-se a isso. Deve ser do sol...

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Um sonho

Quantas profissões quisémos ter durante a nossa infância? Quantos de nós conseguimos fazer algo com que sonhámos enquanto crianças? Quantos de nós tiveram sonhos, ideiais, objectivos cumpridos? Quantos de nós ainda procura algum desses sonhos de criança? Quantos desses sonhos eram realizáveis? Quantos de nós ainda se lembram do que sonharam?

Perguntas, perguntas e mais perguntas. E respostas?

Eu acredito que há um elo comum entre todos esses sonhos de criança. A felicidade. Todas as profissões que escolhíamos, todas as acções que iríamos praticar, tinham um objectivo comum - fazermos algo que nos traria felicidade. Ingenuidade infantil? Depende. Se encararmos esta questão observando a nossa sociedade, a resposta terá de ser afirmativa. A ingenuidade não nos ajuda neste mundo que é uma verdadeira selva. Onde a luta pela sobrevivência encarcera os nossos sentimentos e emoções, simbólicos de fraqueza, e nos torna frios. Distantes. Egoístas. Incapazes de amar sem restrições. Neste aspecto, atingimos um verdadeiro objectivo social - o fim das classes.

É irónico como conseguimos atingir objectivos desnecessários com tanta facilidade. Neste caso, um objectivo necessário para uma sociedade saudável, mas por motivos errados. Que acentuam, contraditoriamente, as diferenças entre as classes ao encorajarem o individualismo. Algo socialmente desencorajável.

Quando ouvia os deputados do BE e do PCP, sobre o programa Emergência Social, dividi-me. Como me divido em muitos outros assuntos. Nesta sociedade esculpida da imagem, as pessoas que pedem ajuda são, regra geral, ostracizadas. Eles têm razão. Mas batem-se pelos motivos errados. Que quero eu saber da imagem? A minha obrigação, como cidadão pertencente a uma sociedade, uma comunidade, é de me sentir envergonhado por permitir que hajam seres humanos que tenham de pedir ajuda para sobreviver. Não deveríamos todos oferecer essa mesma ajuda? Existe alguém que se sinta superior, quando colocado atrás de uma panela de sopa, ajudando as pessoas que passam fome? Eu acredito que a compaixão será o sentimento dominante. E é por isso que eu acredito que ostracizamos quem precisa de ajuda. Temos medo de sermos colocados na posição de pobre, sermos catalogados e rotulados de inúteis. Improdutivos. Fardos. Preferimos fingir que não se passa nada. Não vendo não está a acontecer. Em vez de contribuirmos para mudar esta realidade, enfrentamo-la como verdadeiras avestruzes.

Eu prefiro ser conotado com o pelicano - darei o meu melhor para dar à luz um mundo melhor!

Contas públicas

Após a visualização do vídeo da Dividocracia reeitero aquilo que escrevi aqui. Temos o direito de saber com o que contamos. A noção de dívida odiosa ou ilegítima deverá ser algo que nós, o povo, não poderemos colocar de parte. Estou farto de dar dinheiro dos meus impostos sem ser beneficiado de acordo. Tenho certeza que muitos me acompanham neste sentimento.
A justiça não é para todos. As custas de qualquer processo são proibitivas para a maioria das pessoas. Coisa incompreensível num país que se diz democrático. O próprio conceito de custas na justiça já é paradigmático. Se temos um estado democrático, se a justiça deveria ser o seu pilar, como se poderá justificar um acesso NÃO universal? Não faz sentido. Outra realidade que não faz sentido na justiça é que quem tem mais poder económico terá uma justiça melhor. Melhor? Não. Tendenciosa... Pode pagar advogados mais competentes que conseguem fugir por entre os pingos da chuva. No caso da legislação portuguesa, de acordo com a própria magistratura, o enrodilhado de leis é de tal forma grande que existem buracos do tamanho da Lua. E são cuspidas leis a uma velocidade estonteante que impedem quem tem que ministrar a justiça de estar sempre actualizado sem perda de tempo.
A burocracia existe para se controlar dinheiro. Mas tornou-se de tal modo complexa que são precisos verdadeiros detectives para se efectuar esse controlo. E custa dinheiro. Nunca consegui entender certos custos da burocracia. Somos obrigados a ter um documento de identificação. E depois cobram-nos? E quem vive na pobreza? Também paga? Não sei a resposta, felizmente. Até tremo saber...
Dizem que houve verdadeiras evoluções na saúde em Portugal. Uma boa notícia, essas estatísticas. Mas... quarenta por cento das prescrições são falsas? Quarenta?? Andamos a dormir?? Ah. Sim, andamos... Unidose... parece uma piada... Genéricos... tem evoluído, mas ainda devagarinho... muito devagarinho para não chocar as farmacêuticas... Pergunto-me, às vezes, se o estado patrocinasse a investigação, se não seria mais barato. Ficariam com a patente que poderiam vender a outros países e em vez de pagarem valores verdadeiramente astronómicos de comparticipação de medicamentos, criariam verdadeiros laboratórios de investigação. Isso, sim, uma verdadeira inovação tecnológica.
Neste país fraudulento, pertencente a um mundo fraudulento, de interesses de alguns que sobrepõe-se aos interesses de muitos, haverá algo a fazer? Talvez os gregos nos mostrem como...

terça-feira, 12 de julho de 2011

Dividocracia

Vale a pena ver este vídeo sobre a dívida dos países, feito pelos gregos. Poderá fazer-se um paralelo em relação a nós? Vejam e concluam.

Uma chamada de atenção:

Não é dada a possibilidade de contraditório aos acusados. A razão exposta é, de facto, uma boa razão - a comunicação social não dá a possibilidade de expor estas opiniões. Mais, é dito pelos autores do vídeo que o público garantirá a sua independência.

Dividocracia

Trabalho -> Submissão à economia

"Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com freqüência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar."
William Shakespear

Qual o objectivo da vida? Porque razão fomos colocados neste planeta e num momento específico?

Acreditar em algo maior que nós é um caminho que muitos seguem. Eu prefiro não deixar o meu destino nas mãos de outros. Sejam eles deuses ou outra entidade qualquer. Por isso decidi questionar todo o meu percurso até agora e traçar um novo objectivo: partilhar a minha felicidade com todos. Espalhar o meu amor pela vida. Sou terrivelmente chato, por vezes, porque não consigo deixar de olhar para pequenas coisas e fazer perguntas que muitos consideram idiotas. E discuti-las. Gosto de uma boa discussão. Não há nada que encharque mais o meu cérebro com dopamina do que argumentar com outros. Sobre idiotices.

Uma delas é o paradigma do sistema financeiro e económico com que vivemos. Temos de trabalhar para subsistir. Se não o fizermos somos ostracizados pela sociedade. Somos uns inúteis. Os pedintes são encarados com asco. Ou com compaixão se forem deficientes. É assim que somos educados. É assim que educamos. Mas terá que ser assim?

Será justo que tenhamos de ter a educação escolar, o saber, ao serviço de um potencial futuro emprego?
Será justo que tenhamos de trabalhar durante mais de quarenta anos para podermos iniciar, verdadeiramente, a nossa vida? Quando já não nos conseguimos mexer? Atravessamos décadas de stress e má alimentação, preocupações com filhos cujo desenvolvimento não conseguimos acompanhar, noites curtas e mal dormidas, fazendo contas ao salário magro que o "generoso" patrão nos dispensa, para quê? Para deixar uma lápide num cemitério? Vejo tanta gente preocupada com a morte, se o caixão é de qualidade ou se querem ser enterrados junto aos restos de outros entes queridos ou se as cinzas são lançadas para o ar, terra ou mar. Mas... e a vida? Que objectivo têm? Que passos deram nesse sentido e até onde chegaram?

Estas perguntas levam-me a questionar a racionalidade do trabalho. Uma escravidão a um modelo económico em nome de um objectivo puramente ficcional. Mas que tolda a mente de todos. Cega. Não permite que se tenha tempo para questionar. Não admite ser posto em causa. Num almoço, há uns anos atrás, virei-me para um director de uma empresa onde trabalhava e disse-lhe - "Não nasci para trabalhar. Mas já que o tenho de fazer, quero fazê-lo da melhor maneira." Ele riu-se e escreveu a frase, tendo-me pedido para assinar. Guardou esse guardanapo e de vez em quando tirava-o do bolso. Sei que ele não me compreendeu. Não por ser burro ou menos inteligente. Mas porque o conceito é quase sobrenatural. Diria mesmo pagão. Sacrilégio. Neste mundo que idolatra o trabalho como verdadeiro objectivo da vida.

Num livro muito interessante, "Manifesto contra o trabalho" do Grupo Krisis, encontramos questões fulcrais e desmistificações da realidade tal qual ela é nos apresentada. O paradigma da evolução tecnológica versus consumo. Caminhamos para um abismo tremendo, num aumento sem retorno do desemprego. Na tentativa de serem competitivas, as empresas aproveitam a tecnologia para baixar os preços dos seus produtos ou serviços. Sobram as pessoas que ficam desempregadas e sem capacidade de consumir os produtos cada vez mais baratos. E é impossível alcançar um equilíbrio nesta sociedade ao serviço do lucro.

Por estas e outras razões devemos questionar-nos se é este o rumo que queremos para a nossa sociedade.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Inverno

"A paixão aumenta em função dos obstáculos que se lhe opõe"
William Shakespear

Comecei este blogue com uma intenção puramente filosófica. Procurarei discutir temas actuais pelo ponto de vista do politicamente incorrecto.

Encaramos um futuro incerto e um Inverno dos mais crueis a que a humanidade já assistiu. Não quero ser aráuto da desgraça. Quero ajudar alguns a perceber a realidade que nos assola de um modo construtivo. Para que possamos fazer algo pelo nosso futuro.

Num mundo cheio de preconceitos, sejam de origem religiosa ou simplesmente social, é minha opinião que o Homem necessita despojar-se do manto de séculos de condicionamento. Eu farei o mesmo. Sobram-me demasiados obstáculos de anos de inutilidades e de ideias preconcebidas. Não será fácil.

Toda a nossa sociedade vive com um objectivo: ser feliz. Mas muitos perderam o caminho. O estado adulto não implica a perda do espiríto infantil. O espírito da curiosidade. Da capacidade de olhar para o céu e ficar maravilhado com a nossa pequenez. O nosso Sol é uma estrela num planeta de outro sistema solar. Olhemos para o nosso planeta e a nossa sociedade pelos olhos de um extra-terrestre!