sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Democracia - o poder do povo!

Democracia, definição de acordo com a Porto Editora:

"sistema político em que a autoridade emana do conjunto dos cidadãos, baseando-se nos princípios de igualdade e liberdade."

Da junção das palavras gregas: 
  • Dêmos - povo, popular
  • Kratos - poder, força
 Temos povo + poder, ou seja, o poder do povo.

Mas a definição do sistema político actual está incompleta sem a palavra "representativa". Democracia representativa e não democracia directa.

Este acrescento tem um enorme significado. De um modo simplista, podemos dizer que não é o poder do povo mas dos representantes eleitos pelo mesmo.

Pensemos nos acontecimentos que envolvem as eleições em Portugal. Para alguém ser eleito primeiro ministro, a Assembleia da República tem de aprovar. Essa assembleia é eleita pelo povo. Mas os seus membros não são escolhidos individualmente. É numa lista que se vota. Mas nem todos os que estão no topo da lista serão necessariamente os que ficarão. Temos um grande exemplo recente do Fernando Nobre, que ao menos teve a ombridade de dizer antes das eleições que não ficaria caso não fosse eleito Presidente da AR. Mas têm havido inúmeros casos de pessoas que fazem parte da lista, pessoas que são mais populares, que depois dos resultados obtidos recusam ficar. O José Sócrates foi um caso.

Quantas pessoas saberão quem nos representa na Assembleia da República? No fundo... ninguém. Na legislatura passada houve uma situação que, no mínimo, podemos considerar caricata. A Inês de Medeiros concorreu pela lista de Lisboa e assim que foi empossada mudou a sua residência oficial para Paris. Mudou o registo pois ela já habitava esse local antes das eleições, tendo apenas dado uma morada de Lisboa para poder entrar na lista por Lisboa. No meu entender, isto consitui fraude. Não só mudou a morada como ainda conseguiu um subsídio para poder ir todos os fins de semana a Paris visitar a família, como ainda deve ter conseguido subsídio por estar longe de casa durante a semana. Não me lembro se foi esse o caso, logo desde já me desculpo se os factos estão errados.

Temos um primeiro ministro que é escolhido por esta AR (embora já soubéssemos quem seria) que concorreu com um programa que a maioria das pessoas não leu (por culpa das mesmas) que tem o poder de nos "gerir".

Portanto, temos um grupo de pessoas que não são nossos representantes de facto mas que nos representam, que apoiam um primeiro ministro que não foi escolhido por nós, com um programa em que não tivemos qualquer tipo de intervenção.

Por falar em programa de governo, já repararam que dizem que tem o apoio de oitenta e tal por cento dos portugueses? Mas se a maioria dos portugueses não sabe sequer o que está no programa, como se pode fazer tal afirmação? Vai para além do acordo com o triunvirato representante das instituições que nos emprestam dinheiro para nos salvar... de nós mesmos? Nunca deixo de ficar pasmado com a ingenuidade das pessoas que pensam que estes "senhores" vieram cá para nos ajudar. Eles vieram ajudar outros. Aqueles que ficariam a "arder" se nós não pagássemos aos "credores".

De volta ao tema. Para existir democracia, as pessoas que nos governam teriam de ser directamente eleitas por nós. Imaginem que davam a um amigo o poder de procuração para vender as vossas casas. Depois descobriam que o amigo tinha passado essa procuração a outro e que este vos vendia a casa, o carro, os electrodomésticos, a propriedade de férias, a autocaravana entre outras coisas de que se lembrem. É o que tem acontecido ao longo destes anos.

O poder do povo... de ser lixado sempre e como bons portugueses de brandos costumes é comer e calar...

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