quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Terrorismo

"É mais fácil obter o que se deseja com um sorriso do que à ponta da espada"
William Shakespear

Nesta sociedade, onde a maioria das pessoas vivem preocupadas com o seu emprego, os seus filhos, os seus amigos, a sua casa, o seu carro, o seu computador, as suas contas, a sua segurança, o seu telemóvel, as suas férias, os seus programas de TV, a sua internet, o seu Facebook, o seu Twitter, o seu Skype, e todas as outras coisas importantes do seu quotidiano, passa despercebido tudo o que o Estado nos retira.

Há uma frase muito conhecida - paga o justo pelo pecador - que é muito demonstrativa da reles intervenção do estado na vida íntima de cada um. Via agora mesmo uma notícia sobre uma praia em França onde se proibiu fumar. Como fumador, esta lei repugna-me. Tenho certeza que a moda vai pegar. A razão que o responsável da localidade francesa é a de que as pessoas deixam as beatas na praia. Já tentaram tudo (dizem eles!) para que tal deixasse de acontecer, desde entregar cinzeiros a panfletos. Eu sou daqueles que procura um cinzeiro imediatamente quando chego a qualquer local, seja esplanada ou praia, não atiro beatas pela janela do carro (admito aqui a mea culpa), e repugnam-me as pessoas que não o fazem. Trata-se do nosso ambiente e deve ser preservado. Detesto a estupidez de muitos, como a da senhora com a criancinha no carrinho em plena 5th Avenue, Nova Iorque, que se virou para o meu pai que acendia um cigarro e perguntou-lhe - "Don't you care about the children?". Porque deverei ser prejudicado pelas pessoas que são idiotas e desrespeitosas? Acrescento, também, que não conheço nenhuma criança que alguma vez tenha adoecido por ter apanhado uma beata na praia. Pode ser falha minha...

Gostava de saber como pretendem impedir as pessoas de fumarem nessa praia. Terão lá um polícia? Irão multá-las? É que para ter uma medida proibitiva destas convém haver quem a faça cumprir. E se têm que ter alguém para a fazer cumprir, também poderiam ter para impedir as pessoas de sujar, em vez de proibir. Acrescento aos fumadores as pessoas que deixam os caroços de fruta e sacos de plástico e guardanapos e outros tantos objectos poluidores. Qual a diferença para a criança entre apanhar caroços e beatas? Também vão proibir as pessoas de comer na praia?

Como este exemplo poderia dar outros. A implementação de video-vigilância em locais públicos que não apanham praticamente ninguém (só nos filmes é que conseguem!) mas retiram-nos a liberdade, o estacionamento pago nas cidades que não evita que se tragam viaturas mas enchem os bolsos de empresas privadas e câmaras e agora até já falam de portagens na IC19 e CRIL, entre muitas outras que poderia exemplificar aqui.

A minha conclusão é que se estão borrifando para as crianças. Querem é o dinheirinho das multas! E nós comemos e calamos.

Sem comentários: