sábado, 6 de agosto de 2011

Pobreza

Os EUA são o país mais rico do mundo. Numa lista das 100 maiores economias mundiais, tendo em conta o PIB, 49 eram países e 51 eram corporações. Dessas 51 corporações, 47 estavam sediadas nos EUA. É significativo. The land of the free and the brave! Pelos vistos, compensa ter o espírito norte americano... será?
Nos censos de 2010, os EUA revelaram ter mais de 43 milhões de pessoas que vivem abaixo do limiar da pobreza. Ou seja, mais de 4 vezes a população portuguesa. O equivalente a uma Espanha. Mais de metade da Alemanha. 9 Noruegas. 86 Luxemburgos. 135 Islândias.

Um país que gasta cerca de 1 bilião de dólares (1 trilião americano), ou seja, cerca de 6 vezes o nosso PIB em despesa militar, por ano, tendo mais de 700 bases militares espalhadas pelo mundo.

Um país que gastou em 2007 mais de 160 mil milhões em contra-terrorismo internacional e apenas 3,5 mil milhões em investigação de doenças coronárias que causam 450 mil mortes por ano. Devido ao terrorismo, morreram menos de 4 mil americanos em todo o mundo desde o 11 de Setembro 2001.

Desproporcionado?

Se utilizarmos o quinhão do orçamento de estado Norte Americano para a defesa e dividirmos pelos pobres, cada um destes receberá mais de 22 mil  USD por ano. Quantos portugueses recebem tanto?

Haverá necessidade de tantos pobres?

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Terrorismo

"É mais fácil obter o que se deseja com um sorriso do que à ponta da espada"
William Shakespear

Nesta sociedade, onde a maioria das pessoas vivem preocupadas com o seu emprego, os seus filhos, os seus amigos, a sua casa, o seu carro, o seu computador, as suas contas, a sua segurança, o seu telemóvel, as suas férias, os seus programas de TV, a sua internet, o seu Facebook, o seu Twitter, o seu Skype, e todas as outras coisas importantes do seu quotidiano, passa despercebido tudo o que o Estado nos retira.

Há uma frase muito conhecida - paga o justo pelo pecador - que é muito demonstrativa da reles intervenção do estado na vida íntima de cada um. Via agora mesmo uma notícia sobre uma praia em França onde se proibiu fumar. Como fumador, esta lei repugna-me. Tenho certeza que a moda vai pegar. A razão que o responsável da localidade francesa é a de que as pessoas deixam as beatas na praia. Já tentaram tudo (dizem eles!) para que tal deixasse de acontecer, desde entregar cinzeiros a panfletos. Eu sou daqueles que procura um cinzeiro imediatamente quando chego a qualquer local, seja esplanada ou praia, não atiro beatas pela janela do carro (admito aqui a mea culpa), e repugnam-me as pessoas que não o fazem. Trata-se do nosso ambiente e deve ser preservado. Detesto a estupidez de muitos, como a da senhora com a criancinha no carrinho em plena 5th Avenue, Nova Iorque, que se virou para o meu pai que acendia um cigarro e perguntou-lhe - "Don't you care about the children?". Porque deverei ser prejudicado pelas pessoas que são idiotas e desrespeitosas? Acrescento, também, que não conheço nenhuma criança que alguma vez tenha adoecido por ter apanhado uma beata na praia. Pode ser falha minha...

Gostava de saber como pretendem impedir as pessoas de fumarem nessa praia. Terão lá um polícia? Irão multá-las? É que para ter uma medida proibitiva destas convém haver quem a faça cumprir. E se têm que ter alguém para a fazer cumprir, também poderiam ter para impedir as pessoas de sujar, em vez de proibir. Acrescento aos fumadores as pessoas que deixam os caroços de fruta e sacos de plástico e guardanapos e outros tantos objectos poluidores. Qual a diferença para a criança entre apanhar caroços e beatas? Também vão proibir as pessoas de comer na praia?

Como este exemplo poderia dar outros. A implementação de video-vigilância em locais públicos que não apanham praticamente ninguém (só nos filmes é que conseguem!) mas retiram-nos a liberdade, o estacionamento pago nas cidades que não evita que se tragam viaturas mas enchem os bolsos de empresas privadas e câmaras e agora até já falam de portagens na IC19 e CRIL, entre muitas outras que poderia exemplificar aqui.

A minha conclusão é que se estão borrifando para as crianças. Querem é o dinheirinho das multas! E nós comemos e calamos.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Ficção científica vs. realidade

Sempre fui uma pessoa muito interessada na leitura. Comecei por ler os clássicos da Enid Blyton - eu considero-os clássicos, até porque nenhum jovem sabe quem são The Famous Five ou The Secret Seven (apenas conhecem o Noddy) - seguido dos livros que o meu pai tinha da Biblioteca dos Rapazes, e comecei a entrar pelo reino da ficção científica, na altura com os livros de bolso da Europa América. Mais ou menos na altura em que as minhas ideias, os meus conceitos, se separam definitivamente das dos meus pais. O meu pai insistia que eu lesse os livros da literatura portuguesa, mas eu resistia-lhe. Daí passei para um género ainda mais incompreensível para o meu pai - o fantástico.

Estes géneros são fortíssimos no que toca a mundos paralelos, mundos fantásticos, repletos de seres que nunca existiram mas, acima de tudo, com uma forte reprodução dos autores de sociedades iguais e potenciais à nossa realidade actual. A componente de crítica social é brutal, em muitos destes autores. Com e sem humor, muitos levam-nos aos problemas intrínsecos da sociedade e permitem-nos visualizar novas possibilidades de um modo afastado e despreconceituado. Não sendo contra a tradição em si, sou contra o que a mesma simboliza. Se lermos Eça, Camilo, Garrett, entre outros, chegamos à brilhante conclusão que nada mudou verdadeiramente. Tanto na forma da sociedade interagir como na sua forma de "evoluir". Já a minha mãe me dizia, que bastava olharmos para os Romanos e os Gregos para ver o ciclo de expansão e implosão dos impérios. Os "velhos" também têm razão! Mas resistem fortemente a tudo o que é novidade, principalmente num momento da história sem igual em que a tecnologia avança vertiginosamente. E não avança mais rapidamente porque de outro modo não se tiraria partido da rentabilidade. Pessoas da minha geração têm dificuldade em perceber as vantagens de um Blue-Ray perante o Compact-Disk. Há tecnologia que tornaria os nossos PC's modernos em pedaços de sucata, mas não se tiraria rendimento dos que gostam de comprar os novos gadgets! Além de nem sequer haver a necessidade de máquinas tão potentes. Necessidades que os mesmos criadores destes processadores potentíssimos se certificam que são criadas para tornarem as actuais obsoletas. Quem não se recorda do velhinho Spectrum 16K com o mono-gravador ligado por um cabo? Risível perante a actualidade.

Tendo chegado aos entas, onde se espera que a componente física do meu corpo comece a se deteriorar a passos largos, continuo a ler livros de fantástico, a acreditar que podemos viajar na forma astral, que a humanidade ainda tem um futuro promissor. Basta que queiramos. Basta que nos libertemos dos preconceitos e nos lancemos numa descoberta verdadeira do que realmente queremos. Ir à génese dos problemas que nos afligem como sociedade. Perceber qual o pecado original desta sociedade. Só nessa altura poderemos construir algo que valha mesmo a pena. A juventude de espírito não é um problema. Sonhar não é um problema. Agarrarmo-nos a tradições só porque não conhecemos outra coisa talvez seja. Encarar a novidade é o caminho a seguir, e por isso acredito fortemente nos jovens de hoje. Vêem aquilo que nós os "velhos" não conseguimos...